O entendimento da sociedade do que significa para as mulheres a dupla jornada de trabalho já foi um grande avanço, resultado das últimas décadas de luta.
No entanto compreender os efeitos opressivos da sobrecarga de atividades profissionais e domésticas sobre as mulheres não surtiu efeitos práticos uma vez que as mulheres continuam recebendo salários menores, tendo menos condições de ascensão profissional, sendo discriminadas sobretudo entre os 18 e os 35 anos, quando estão em idade reprodutiva e são vistas pelos empregadores como ameaças constantes de prejuízos com licenças-maternidade.
Além disso as mulheres continuam acumulando funções domésticas em um tempo cada vez mais exíguo e sendo impedidas de buscar aprimoramento que lhes garanta melhores condições de competir no mercado de trabalho.
Essas questões tão eternas como fundamentais fazem parte das lutas das mulheres o 7º Congresso Nacional da UBM resolveu "Defender a valorização do trabalho das mulheres com garantia dos direitos trabalhistas, com igualdade salarial para homens e mulheres, com registro em carteira e redução da jornada de trabalho."
Mas este ano, no Dia Internacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras, a ordem do dia passou a ser a crise mundial do capitalismo. Enquanto o mundo sente os abalos causados por especulações financeiras, sofrem as trabalhadoras e trabalhadores que perdem seus empregos ou são ameaçados nas mesas de negociação com a impossibilidade de aumento real de salários, chegando até mesmo receber míseros índices de repasse muito inferiores às perdas monetárias causadas pela inflação.
A crise gerada pelo modelo capitalista penaliza trabalhadores e trabalhadoras que são vergonhosamente conclamados a apertar ainda mais os cintos e aceitar uma crual divisão das perdas sem nenhuma garantia de emprego nos meses futuros.
Para exigir um novo modelo de desenvolvimento que valorize antes de tudo o trabalho, a UBM de São Paulo sairá as ruas no dia 1º de Maio, juntamente com companheiras e companheiros da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), da UGT (União Geral dos Trabalhores) e da NCST (Nova Central Sindical) num grande ato público unificado.
Será um dia para festejar e reafirmar que
NÓS TRABALHADORAS E TRABALHADORES NÃO VAMOS PAGAR POR ESSA CRISE!
NÓS TRABALHADORAS E TRABALHADORES NÃO VAMOS PAGAR POR ESSA CRISE!